segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

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Não espere que o passarinho cante se você coloca grades perante o bico dele.
Assim não espere que ele queira voar se mal as asas pode bater.
Não espere que o caderno esteja cheio de poesias se você não olha para o céu como um grande mar invertido.
Não espere a vida fazer sentido, as flores brotarem do nada, a melodia infiltrar na sua bagagem, se você, meu bem, coloca as pernas na rede velha e vê o sol conquistar a lua, vê a brisa derrubar as folhas e os beija-flores caçarem amores, mas só vê. Mero observador é o que queres ser? Não, não. Ponha-se a ser observado, pegue no lápis e redesenhe essas linhas tortas, pinte essas cores mortas. Para nascer uma aquarela, um sorriso na tela. Para nascer um mundo de poesias, de harminas. Para renascer.Não sei fazer sorrir logo depois de fazer chorar, não faço diversão num coração que eu quero amar.

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