terça-feira, 6 de março de 2012

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O vazio não é um mal tão perverso quanto dizem por ai. Desde que a menina saiu, tentei deixar a porta aberta. Não pus uma faixa dizendo que ela seria bem-vinda novamente, pois tinha dito que sempre ela teria lugar aqui. Mas tem os momentos que a gente perde o chão, o teto e as paredes, sai do próprio corpo largando o coração na sala, com as janelas vibrando pelo terremoto, e a porta batendo pela ventania. A gente vive fora de si, com a alma flutuando sobre as águas da vida, ancorada pelo coração partido que te deram, e que você o pôs no lugar do que era teu, e agora foi dado para alguém. A gente vive vazio porque saímos em busca do nosso coração que foi vendido a alguém que, sem a pior das intenções, não cumpriu o combinado. A porta ainda está aberta, mas já não vive mais alguém ali.

— Luiz H

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